Nunca houve nem haverá alguém como Ele. Ninguém conseguia passar a mensagem do evangelho com tanta autoridade, clareza, paciência e sabedoria. E logo Ele, o filho do carpinteiro. As pessoas se assustavam quando viam aquele jovem que eles conheciam da carpintaria do saudoso José, erguendo-se em meio à multidão e dizendo aos seus discípulos: "Dai-lhes de comer". Como poderia ser? Ele, que havia crescido entre serrotes e martelos, agora andava sobre o mar. Parece um enigma. O carpinteiro, tão acostumado com madeira e pregos, acabou morto exatamente através de seus antigos instrumentos de trabalho...
E o que dizer dos endemoniados, dos cegos, dos surdos, dos mudos, dos aleijados, todos libertos pela sua palavra?
E que palavra. Algo que Ele fez questão de tornar claro através de insistentes parábolas, alegorias, metáforas...
Nada de teologia complicada. Termos técnicos. Não, os pescadores não entenderiam. Os cobradores de impostos e as prostitutas também não. Seu ensino era tão abertamente claro e óbvio, que nem o pobre Nicodemos conseguiu captar sua mensagem, e sabe por quê? Porque tinha teologia demais na cabeça. Tradição demais na cabeça. Por isso meu mestre gostava de crianças: sua mente é limpa, pura e inocente. Não trás preconceitos ou julgamentos precipitados.
Ao final de sua jornada não fugiu ao seu estilo simples e objetivo de ensinar, quando dá as últimas instruções aos seus discípulos. "Ide e pregai o evangelho a toda criatura" e "fazei discípulos de todas as nações" são a essência. Quem passou a vida toda ensinando, termina seu ministério terreno mandando ensinar, como se dissesse "não parem de pregar a verdade!"
Ele não mandou construir templos suntuosos.
Ele não mandou que as pessoas se preocupassem em usar roupas caras ou importadas.
Ele não mandou que transformassem a sua casa em lugar de comércio.
Ele não mandou que inventassem modismos teológicos para complementar tudo o que havia dito. Sua palavra sempre foi, é e sempre será mais do que suficiente.
Ele não mandou que as pessoas se ocupassem de questões tolas, como por exemplo, descobrir quantos espinhos haviam em sua coroa de espinhos ou se a cruz onde foi colocado não era para ele e sim para Barrabás.
Ele não mandou comercializar sua Palavra. De graça recebeste, de graça dai.
Ele não mandou matar em seu nome. Ele veio para que tivéssemos vida, e vida em abundância.
Ele não mandou que adorássemos sua mãe.
Ele não mandou lutar pelo melhor lugar na obra. Seus discípulos fizeram isso, e foram repreendidos por ele.
Ele não mandou que buscássemos os melhores lugares nas sinagogas. Os fariseus faziam assim.
Ele não mandou que olhássemos somente para aqueles a quem amamos e são nossos irmãos. Na verdade ele disse para fazer exatamente o contrário disso.
Ele não mandou que ficássemos dentro de uma igreja a semana toda, achando que isso é tudo o que é ser cristão. Na verdade ele cobra de nós ação, atitude, movimento. Ele nunca ficou parado.
Ele não mandou que criássemos complexos mecanismos ritualísticos, cheios de interpretações teológicas, para que as pessoas fossem libertas, salvas, abençoadas e cheias do Espírito Santo. Seu sangue, seu nome e sua Palavra são tudo o que nós temos e precisamos para que essas coisas sobrevenham.
Enfim, ele não nos mandou mandar.
Ele é maravilhoso. Autor: Missionário Neto CurvinaFonte: www.PalavraPrudente.com.br